Nesta sexta-feira (2), um forte terremoto de magnitude 7,5 foi registrado no mar, no extremo sul do Chile, por volta das 8h58 da manhã. O tremor, considerado de alta intensidade, também foi sentido em regiões próximas à costa da Argentina, gerando grande preocupação e alerta nos dois países.

Quais as medidas tomadas?

Diante do abalo sísmico, o Serviço Nacional de Prevenção e Resposta a Desastres (Senapred) emitiu imediatamente alertas de evacuação para os moradores da região costeira de Magalhães, devido ao risco iminente de um tsunami no sul do Chile. O governo local determinou que cerca de 100 habitantes deixassem suas casas e se dirigissem para áreas mais altas e seguras, afastadas da linha costeira. Além disso, foi decretada a suspensão temporária de todas as atividades aquáticas e de navegação no Canal Beagle, com previsão de retomada apenas a partir das 15h30.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, utilizou sua conta oficial na rede social X (antigo Twitter) para reforçar a importância de que a população atendesse gratuitamente às orientações das autoridades. "Neste momento, nosso dever é estar preparado e seguir as orientações das autoridades", declarou o presidente, enfatizando o compromisso com a segurança da população.

Em uma ação preventiva, o Instituto Antártico do Chile (INACH) informou à agência de notícias Reuters que também iniciou uma evacuação das bases científicas localizadas na região antártica sob jurisdição chilena, reforçando o clima de alerta geral.

Não foi necessário medidas drásticas

Contudo, algumas horas após o ocorrido, as autoridades locais suspenderam os alertas de tsunami. Felizmente, não foi necessário realizar uma evacuação em larga escala ou em caráter emergencial. As pessoas retornaram às suas rotinas com cautela, embora algumas restrições ainda permaneçam. "Todos os setores devem operar normalmente, com exceção de todas as atividades econômicas na costa", informou Juan Carlos Andrade, diretor da agência estadual de desastres na região de Magalhães.

Segundo a imprensa local, a orientação para que os moradores se retirassem da zona de risco foi imposta como uma medida de precaução. A população foi instruída a se dirigir a pontos com pelo menos 30 metros de altitude em relação ao nível do mar, garantindo, assim, a proteção contra uma possível elevação repentina das águas.

Tem risco ao Brasil?

Apesar da magnitude do terremoto e da comoção gerada nos países vizinhos, não houve impacto direto no Brasil. Isso se deve, principalmente, à localização do epicentro, no extremo sul do continente e voltado para o Oceano Pacífico, enquanto o litoral brasileiro está posicionado no Atlântico. Além disso, a Cordilheira dos Andes funciona como uma barreira geológica natural, protegendo o território brasileiro de abalos sísmicos mais intensos provenientes do Círculo de Fogo do Pacífico, região onde os tremores são mais frequentes.